sábado, 24 de outubro de 2009

MATOSINHOS E A FAINA


Uma bela imagem da faina piscatória, na velha e já desaparecida lingueta.
Vale por mil palavras.
Veja os caíques, as pessoas, as traineiras. Muitas pernas aqui se partiram, quando não era pior. Uma vida dura.
A foto deve ser dos anos, 40, não possuo elementos que me permitam ser mais preciso.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

CONSERVEIRA PORTUGUESA


Na imagem vemos a já demolida fábrica de conservas a "Conserveira Portuguesa", na Rua de Brito Capelo, cruzamento com a Sousa Aroso.
Vemos também as cancelas do comboio da linha da Póvoa, que ainda conheci, cujo guarda era o meu bisavô materno, Francisco de Castro.
Repare ainda no amola -tesouras, ou guarda soleiro, á esquerda.
Esta imagem deve ser dos anos 40/50.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

MATOSINHOS - RUA HEROIS DE FRANÇA

Esta imagem mostra-nos a foz do Leça.
Á direita, em primeiro plano, a ponte do comboio, da linha da Póvoa.
Ao centro e ao fundo vemos o quartel da guarda fiscal, ainda existente.
Uma foto do A. Vieira, julgo que dos anos 20.

sábado, 10 de outubro de 2009

PONTE MÓVEL 1

A imagem publicada refere-se á fase da construção da ponte móvel, que a actual veio substituir

Como a antiga ponte móvel foi inaugurada em 1959, é possível indicar como data provável desta fotografia os anos de 1956/58.

Esta ponte veio a situar-se, sensivelmente, no mesmo local onde se encontrava ponte do eléctrico, no início da alameda Passos Manuel, no fim da Rua Cardeal D. Américo.

Clique na imagem e veja os pormenores, destacando a linha de arvoredo que se vislumbra no horizonte.

sábado, 3 de outubro de 2009

LAVADEIRAS DO LEÇA



A foto de hoje, segundo me parece, deve ser dos anos quarenta, o local é junto á Amorosa, e mostra a roupa a secar e a corar. Nada mais comum.
Não vou descrever os costumes ou as histórias picarescas e pitorescas próprias das lavadeiras que frequentavam o Leça. Outros já o fizeram e melhor do que eu o poderia fazer, pois com elas conviveram.
Outrossim, vou antes prestar uma homenagem a todas as mulheres que, indiferentes ás estações do ano, exerceram esta profissão no rio Leça.
Mulheres que calcorrearam as suas margens, há muito desaparecidas na névoa do tempo, de quem tudo se esqueceu, até do nome.
Para todas elas:
CANÇÃO DA LAVADEIRA DO LEÇA

Acordo pel’ aurora,
Ainda murmura o luar,
O sol já não demora,
Vou para o rio lavar.

Chego ao alto de Sant’Ana,
No altar poiso uma rosa,
Um doce aroma imana
Perfumando a Amorosa.

Abre o sol, a brisa é fria,
Desço ao rio, depressa,
Na cabeça, uma bacia,
Já o vejo, o doce Leça.

Pleno de cor e de gente,
Nos seus recantos frescos,
Água pura, transparente,
Redemoinhos, arabescos.

Dou sabão na colcha alva,
Esfrego enquanto canto
Mergulho a minha alma,
Em água límpida de pranto.

Oiço o sino, toque duro,
Logo me apresso a lavar,
Estendo a roupa no muro,
Deixo-a ao sol a corar.

Findou a luz, escurece,
Chegou o fim, era hora,
O rio pára, emudece,
A noite já não demora

Repousa o sol, é escuro,
Dói-me o corpo da fadiga.
Temo caminho inseguro
No regresso a Almeiriga.

Sou mulher antes de ser,
Sem tempo, a trabalhar,
Carrego a idade no ventre,
A minha vida é lavar…


ACF – 2009-10-02